O coração em si é um reservatório de poliuretano – um tipo de plástico –, com duas válvulas que se abrem e se fecham, coordenadas pelo aparelho que fica fora do corpo, e bombeiam o sangue para o corpo.
Um paciente pode viver cerca de um ano com este tipo de coração artificial, mas o ideal é que o transplante seja feito o mais rápido possível. Além da questão da qualidade de vida do paciente, existe a preocupação de que haja alguma inflamação nas cavidades pelas quais passam os tubos que comunicam o coração ao aparelho externo.
“A indicação é para pacientes que não iriam conseguir um órgão”, diz Andrey Monteiro, chefe do setor de transplantes infantis do Instituto Nacional de Cardiologia, médico responsável pela cirurgia de Patrick.
“Muitos pacientes morrem na fila. Com o coração artificial, eles têm uma chance a mais”, completa.
Patrick foi a primeira criança a receber um coração artificial no Brasil, mas a técnica não é tão nova entre adultos. O primeiro aparelho deste tipo foi utilizado em 1969 e, desde então, a tecnologia vem se desenvolvendo. No Rio de Janeiro, em Fortaleza e em São Paulo já são realizadas cirurgias deste tipo.
No exterior já existem modelos de corações artificiais que funcionam em caráter permanente, sem a dependência de um aparelho externo. Neste caso, no entanto, não havia essa possibilidade.
“Para a criança, não dá para fazer um dispositivo intracorpóreo, ela é muito pequena”, explica Monteiro. Patrick pesa apenas 20 kg.
A doença que deu a Patrick a necessidade do transplante se chama "miocardiopatia restritiva". É uma doença genética em que o coração hipertrofia e o músculo cardíaco fica muito duro. Assim, os ventrículos – em especial o esquerdo, que bombeia o sangue para nutrição e respiração das células – fica muito pequeno e perde a capacidade de bombear o sangue.
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