domingo, 15 de maio de 2011

Anjos de branco



Não aconteceu comigo (foi-me contado à mesa de um jantar de Natal), mas podia ter acontecido com qualquer um de nós. É angustiante o sentimento de incapacidade para chegar a "todo o lado".
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No meio da multidão de uma sala de espera completamente lotada, uma jovem de bebé ao colo chega perto do Enfermeiro da triagem e diz:
- "Sr. Enfermeiro, por favor, não se esqueça do meu menino...".

A mãe, jovem, de médios recursos económicos, extremamente bem educada, com lágrimas abundantes que lhe escorriam pela cara, trazia um bebé de poucos meses com tiragem respiratória exacerbada e "pieiramarcadíssima, manifestando uma evidente insuficiência respiratória.

O colega apercebeu-se da gravidade, e desrespeitando as regras da triagem de Manchester, pegou no bebé e entrou rapidamente para dentro (posteriormente voltou ao discriminador para lhe atribuir a cor). Ficou internado várias semanas.

Há dias, os Enfermeiros receberam no serviço um postal simples. Ficou afixado no gabinete de Enfermagem. Nele, é possível ler a seguinte mensagem (textualmente):

"Um dia de noite, aflita e desorientada, senti-me sozinha no mundo. Não acredito em magia ou histórias misteriosas, mas no dia 10 de Novembro vi como os meus olhos vários anjos de branco. Não tinham varinhas mágicas, mas fizeram um milagre. Obrigada por serem Enfermeiros. Feliz Natal e um bom ano novo. Mãe do F--------, 14 meses"

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