BANDAGEM
1. INTRODUÇÃO
Bandagem é a aplicação de faixa de tecidos, gazes, crepom, elástica, que se adapta de modo confortável a uma região do corpo. Tem como finalidades: exercer pressão sobre uma parte do corpo; imobilizar uma região; fixar curativos, proteger feridas, manter estética no curativo; possibilidade de maior mobilidade (nutrição da cartilagem, evitar atrofia muscular, trabalho linfático e venoso); reabsorção de hematomas e edemas e melhora a propriocepção no caso do uso de bandagens no ombro método utilizado na fisioterapia.
2.DESENVOLVIMENTO
Os procedimentos que devem ser seguidos para a aplicação da bandagem são:
-Posicionar a parte do corpo a ser enfaixada em uma posição confortável de alinhamento anatômico normal. As faixas provocam imobilização executada em posição de funcionamento normal da parte do corpo envolvida reduz os riscos de deformações ou lesões.
-Evitar o atrito entre e contra as superfícies de pele aplicando gaze ou coxins de algodão. As superfícies de pele em contato (como por exemplo, entre os dedos, abaixo das mamas) podem roçar entre si provocando escoriações ou irritação local. Faixas colocadas sobre protuberâncias ósseas podem roçar contra a pele e provocar rupturas.
-Colocar as faixas firmemente para evitar que escorreguem durante a movimentação do paciente. A fricção entre a faixa e a pele pode provocar rupturas da pele.
-Ao enfaixar as extremidades, colocar a faixa firmemente, com igual tensão exercida sobre cada volta. Evitar o excesso de superposição de camadas de faixas. Este procedimento evita a distribuição desigual de pressão sobre a parte do corpo enfaixada. A pressão localizada provoca o comprometimento circulatório.
-Posicionar esparadrapo, nós ou laçadas longe de feridas ou de quaisquer áreas sensíveis da pele. Os esparadrapos e laços utilizados para fixar as faixas podem exercer pressão localizada e irritação.
Observações:
01. Deve-se explicar o que vai fazer ao paciente antes de se iniciar o procedimento.
02. Colocar-se de frente para o paciente.
03. Colocar a atadura sobre o segmento corporal, de modo que o rolo se abra para cima. Na primeira e segunda volta fazer a lacinia.
04. Aplicar no sentido do ponteiro de um relógio, salvo se a pessoa é canhota.
05. Segurar a extremidade com a mão esquerda, enquanto a direita leva o rolo.
06. Ao passar a atadura, as duas mãos devem tracionar o rolo uniformemente.
07. Desenrolar a atadura à medida que for atingindo a superfície corporal.
08. Correr com o rolo sempre da esquerda para a direita.
09. Todas as voltas deverão sempre percorrer o caminho mais curto; do contrário deslocam-se com facilidade.
10. A porção terminal da atadura não deverá ser aplicada em parte do corpo que se estreita porque se desajusta facilmente.
11. A largura da atadura deve ser de acordo com o diâmetro do membro ou parte do corpo a ser enfaixado.
12. Caso queira exercer compressão maior, as ataduras deverão ser acolchoadas.
13. Caso seja necessário um segundo rolo de atadura, coloca-se a sua extremidade inicial sob a extremidade terminal primeira.
14. Para se retirar a atadura caso ela esteja aderente, deve-se umedece-la com soro fisiológico aquecido. Devem ser removidas com luvas e colocadas em saco plástico. Ao retira-la deve-se ir gradativamente enrolando-a.
Tipos de enfaixamento:
CIRCULAR:
A volta da faixa superpõe completamente a volta anterior.
Finalidade: Prende uma faixa na primeira e na ultima volta, cobre uma parte do corpo de tamanho reduzido (por exemplo, dedo da mão ou do pé).
ESPIRAL:
A faixa vai subindo pela parte do corpo e cada volta vai se sobrepondo à volta anterior cobrindo a metade ou dois terços da faixa.
Finalidade: Cobre partes cilíndricas do corpo, tais como, cintura ou extremidades superiores.
ESPIRAL INVERSA:
A volta exige uma torção (inversa) da faixa na metade do caminho de cada rotação.
Finalidade: Cobre partes do corpo em forma de cone, tais como, o antebraço, coxa ou panturrilha; é útil com bandagens inelásticas, tais como, gaze ou flanela.
EM OITO:
Rotações da faixa em superposições oblíquas e alternadas, subindo e descendo sobre a parte enfaixada; cada volta cruza a anterior para formar a figura de um oito.
Finalidade: Cobre as articulações; o ajuste apertado de faixa fornece uma excelente imobilização.
RECORRENTE:
A faixa é primeiramente segura com duas voltas circulares ao redor da extremidade proximal da parte do corpo em questão; faz-se uma meia-volta perpendicular para cima a partir da ponta da faixa; o corpo da afixa é trazido sobre a extremidade distal da parte do corpo a ser coberta e cada volta é dobrada sobre si mesma.
Finalidade: Cobre partes irregulares do corpo, tais como, a cabeça ou um membro amputado.
Um trabalho realizado em uma reunião clínica de fisioterapia no Hospital Salgado Filho, em janeiro de 2002, o fisioterapeuta mostra com bastante objetividade a eficácia da bandagem de ombro no meio clínico. A bandagem de ombro tem como efeito, melhorar o feedback proprioceptivo e ajuda a melhorar o ritmo escápulo-umeral e a posição da articulação. Os procedimentos primários para o uso de bandagem são a limpeza do excesso de óleo da pele, aplicação de um adesivo hipoalérgico com gel sem tensão para então aplicar uma fita rígida, de óxido de zinco com tensão.
Neste trabalho o doutor mostra os vários métodos de bandagem no ombro e a sua função, como os que se seguem:
-Alça de Aliingham: utilizada nos casos de síndrome do manguito rotator (casos agudos e sub-agudos). Melhora a capacidade de contração do grupo longitudinal de fibras do trapézio e permite reparo apropriado do supraespinhoso por aumento do espaço subacromial.
-Alça de Watson: utilizada em pacientes com “ombros caídos”, melhora a propriocepção e feitos mecânicos.
-Bandagens de estabilização de escápula: inibição do trapézio superior utilizando grupo lateral de fibras musculares para reduzir o recrutamento.
Facilitação do serrátil anterior e rombóides.
Facilitação da retração escapular e depressão.
-Alça Acrômio-Clavicular: reabilitação de lesões de ligamentos ao redor da articulação acrômio clavicular.
-Alça de Rigney: possui um efeito mecânico, onde reduz a rotação externa disponível no ombro na abdução e um efeito proprioceptivo, melhora o feedback aferente para o sistema nervoso central. O córtex sensório motor passa a acreditar que a cápsula e os músculo estão em melhor comprimento do que na realidade = contração antagonista para limitar o problema de movimento, orientando apropriadamente a cabeça do úmero e reduzindo a abertura anterior.
3.CONCLUSÃO
A bandagem é uma modalidade amplamente utilizada e tem demonstrado grandes benefícios no meio clínico. Tem muitas funções como a de exercer pressão sobre uma parte do corpo; imobilizar uma região; fixar curativos, proteger feridas. São vários os tipos de bandagem, são especificas para cada caso, e várias são as técnicas que os profissionais de saúde devem saber para aplica-la. A bandagem e o retreinamento do movimento tem o adicional de fazer o paciente estar ciente do todo, que é alterar os fatores do caso da lesão e reduzir a probabilidade de recidivas. Este efeito e o alívio dos sintomas podem tornar a bandagem uma importante parte da reabilitação
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