sábado, 3 de setembro de 2011

TRANSPLANTE RENAL


Transplante renal

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O que é o transplante renal?

O transplante renal é o procedimento médico-cirúrgico no qual um rim, que anteriormente era de outra pessoa (doador), é colocado num indivíduo cujos rins não desempenham a sua função (receptor). Este rim passa a desempenhar todas as funções dos rins originais.
Qual a importância do tipo de sangue para o transplante?
Só pode haver transplante se houver compatibilidade do tipo de sangue entre o doador e o receptor, ou seja:
se o paciente tem sangue tipo O, só pode receber o rim de pessoas com o sangue tipo O;
se o paciente tem sangue tipo A,  pode receber rim de pessoas com o tipo A ou O;
se o paciente tem sangue tipo B,  pode receber rim de pessoas com o tipo B ou O;
se o paciente tem sangue tipo AB,  pode receber rim de pessoas com o tipo AB, A, B ou O;
Qual o melhor doador?
O melhor doador é aquele que além da compatibilidade do tipo de sangue, tem os antígenos de histocompatibilidade mais semelhantes ao receptor. Esses antígenos são determinados através de um exame de sangue que se chama tipagem HLA.
Assim, o melhor doador são irmãos gêmeos univitelinos. Porém é pouco frequente encontrar pacientes nesta situação. Em segundo lugar, vêm irmãos e/ou irmãs com antígenos de histocompatibilidade idênticos.
Depois vêm irmãos que possuem 50% dos antígenos de histocompatibilidade iguais ao receptor, e os pais.
Por último vem o doador cadáver.
Todas as pessoas com insuficiência renal crónica são candidatas a transplante renal?
Não. Pacientes que tiveram cancro, pacientes com infecções, pacientes com doença grave do fígado, não podem fazer transplante. Porém cada caso é analisado individualmente. Converse com o seu médico sobre o assunto.
Quais as vantagens de um transplante renal?
O transplante de rim oferece aos pacientes em diálise a hipótese de uma maior independência e a melhoria da qualidade de vida. A diálise oferece uma substituição incompleta da função renal, enquanto que o transplante oferece a possibilidade de uma função renal plena.
O doente é capaz de voltar a uma dieta mais próxima do normal e a beber líquidos de forma mais liberal. Tornar-se-á um participante activo nas atividades físicas e terá maior autonomia na vida diária. Por último, não será mais dependente da diálise para seu bem-estar. Porém o acompanhamento médico será sempre constante.
E as desvantagens?
O paciente que se submete ao transplante necessita de cuidados médicos contínuos e estará exposto a determinados riscos:
-Acto cirúrgico do transplante - apesar de ser uma cirurgia até certo ponto simples, ela envolve o risco inerente a qualquer acto cirúrgico;
-Necessidade de uso de medicações imunossupressoras - como prednisona, azatioprina, ciclosporina e anticorpos monoclonais, que possuem determinados efeitos colaterais e podem trazer complicações;
-O rim transplantado pode não funcionar e o paciente necessita de voltar a fazer diálise.
Qual a necessidade de tomar medicamentos especiais após o transplante?
O organismo tem um sistema muito complexo (sistema imunológico) que reage contra órgãos estranhos introduzidos nele. É um sistema protector contra infecções, mas infelizmente trabalha contra no caso de transplante. Como o rim transplantado é reconhecido como "estranho", o organismo reagirá contra o rim e tentará destruí-lo, a menos que seja dada uma medicação para diminuir essa reacção. Tais medicamentos são chamados de medicamentos imunossupressores.
Quais são os medicamentos imunossupressores?
Geralmente o paciente que recebe um transplante renal toma três medicamentos imunossupressores: prednisona, azatioprina e ciclosporina. A dose e a combinação destes três varia de acordo com o peso do paciente e sua condição clínica.
Todos estes  medicamentos deixam o organismo mais susceptível a infecções e tumores, por isso o paciente fica internado no momento do transplante em regime de isolamento, para não ganhar infecções de outros pacientes, e terá a sua temperatura medida várias vezes ao dia.
Terei que tomar os medicamentos imunossupressores para sempre?
Sim, nas primeiras semanas em dose mais alta, depois, ao longo do tempo, a dose de cada um dos medicamentos vai diminuir, porém vai precisar de tomá-los sempre, caso contrário o rim transplantado será rejeitado pelo seu organismo, necessitando de retorno à diálise.
O que é o teste de compatibilidade ou "cross-match"?
É o exame em que se mistura o sangue do receptor e do doador para ver se há possibilidade de rejeição nas primeiras horas pós-transplante. Se for positivo, o transplante não será realizado, pois a hipótese de rejeição é de quase 100%.
O que significa rejeição?
Rejeição é o termo usado para descrever a reação do corpo ao novo rim. Algum grau de rejeição é esperado e a maioria dos pacientes vai senti-la durante a primeira ou segunda semana após o transplante. Existem várias maneiras de tratar a rejeição e na maioria das vezes será curada.
Como sei se estou a rejeitar o rim?
Deve estar alerta para a possibilidade de rejeição e prontamente comunicar com o médico se observar qualquer sinal ou sintoma dos seguintes:
-Dor ou inchaço no rim transplantado;
-Febre acima de 37 graus;
-Diminuição da urina;
-Rápido e grande ganho de peso;
-Inchaço de pálpebras, mãos e pés;
-Dor ao urinar;
-Urina fétida (a cheirar muito mal) ou sanguinolenta (com vestígios de sangue);
-Aumento na pressão sanguínea com uma Ta mínima maior que 10;
-Tosse ou falta de ar;
-Perda da sensação de bem-estar.
Obs.: Qualquer outra alteração também deverá ser comunicada ao médico.
Levo uma vida normal só com um rim?
Algumas pessoas nascem com apenas um rim e nunca ficam a saber disso, excepto se fizerem algum exame ocasional e o descobrirem. Um rim faz o trabalho de dois e a vida da pessoa será normal em qualquer profissão ou na família.
É verdade que um transplante renal não é aconselhado para pessoas com mais de 70 anos?
O transplante renal é recomendado numa faixa etária com expectativa de vida de mais de 10 anos em função da complexidade e gravidade do tratamento, isto é, o organismo aos 70 anos não suporta uma grande intervenção cirúrgica como é o transplante. Existem doenças degenerativas associadas sejam, cerebrais, cardiovasculares ou sistémicas (diabetes) que o contra-indicam após esta faixa etária. Ainda, o resultado de um transplante, não é certo e líquido, pois podem ocorrer complicações inerentes ao corpo estranho (rim implantado) e uso de medicações imunossupressoras muito agressivas.
Não é impossível que exista um indivíduo que aos 70 anos tenha uma capacidade física de 60 anos, mas improvável, ainda mais no renal crônico.
Em relação ao doador, nesta idade não haverá regeneração do parênquima renal, sobrecarregando o rim remanescente e criando situações clínicas como um novo renal crônico, hipertenso, etc.
Restaria a critério do nefrologista, um implante de doador-cadáver, ainda com ressalvas pela idade.

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