sábado, 29 de outubro de 2011

CA de laringe


Câncer de Laringe
O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na corda vocal verdadeira e 1/3 acomete a laringe supraglótica (ou seja, localizam-se acima das cordas vocais).

Sintomas
Na história do paciente, o primeiro sintoma é o indicativo da localização da lesão. Assim, odinofagia (dor de garganta) sugere tumor supraglótico e rouquidão indica tumor glótico e subglótico. O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais e sintomas como a alteração na qualidade da voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de um "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, pode ocorrer dor na garganta, disfagia e dispnéia (dificuldade para respirar ou falta de ar).

Fatores de RiscoHá uma nítida associação entre a ingestão excessiva de álcool e o vício de fumar, com o desenvolvimento de câncer nas vias aerodigestivas superiores. O tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe. Quando a ingestão excessiva de álcool é adicionada ao fumo, o risco aumenta para o câncer supraglótico. Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura diminuída e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor primário na área de cabeça e pescoço.

TratamentoO tratamento dos cânceres da cabeça e pescoço pode causar problemas nos dentes, fala e deglutição. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior é a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais.

Além dos resultados de sobrevida, considerações sobre a qualidade de vida dos pacientes entre as modalidades terapêuticas empregadas são muito importantes para determinar o melhor tratamento. O impacto da preservação da voz na qualidade de vida do paciente é importante, já que a laringectomia total (retirada total da laringe) implica na perda da voz fisiológica e em traqueostomia definitiva.

Entretanto, mesmo em pacientes submetidos à laringectomia total, é possível a reabilitação da voz através da utilização de próteses fonatórias tráqueo-esofageanas. De acordo com a localização e estágio do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia, havendo uma série de procedimentos cirúrgicos disponíveis de acordo com as características do caso e do paciente.

Em alguns casos, com o intuito de preservar a voz, a radioterapia pode ser selecionada primeiro, deixando a cirurgia para o resgate quando a radioterapia não for suficiente para controlar o tumor. A associação da quimio e radioterapia é utilizada em protocolos de preservação de órgãos, desenvolvidos para tumores mais avançados. Os resultados na preservação da laringe têm sido positivos. Da mesma forma, novas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas permitindo a preservação da função da laringe, mesmo em tumores moderadamente avançados.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dr. Enfermeiro: chocolate da espinha?

Dr. Enfermeiro: chocolate da espinha?: As glândulas sebáceas fabricam um tipo de gordura essencial para a defesa da pela, mas o acúmulo de gordura devido a fatores hormonais...

chocolate da espinha?




As glândulas sebáceas fabricam um tipo de gordura essencial para a defesa da pela, mas o acúmulo de gordura devido a fatores hormonais ou genéticos fazem com que esses poros entupam, com isso bactérias sendo atridas pela gordura penetram na pele, as células de defesa começam a atuar com isso a inflamação acontece, essa inflamação é caracterizada pela pústula popularmente conhecida como espinha. Nossas pesquisas feitas confirmam uma relação entre comer chocolate e a piora do quadro da espinha, veja bem, o chocolate e gorduras não seriam os causadores, mas sim um agravante devido a gordura saturada (saturada de hidrogênio) contida na composição do chocolate, mas quem consegue resistir ao sabor do chocolate não é? Especialistas indicam o consumo e frutas e vegetais no combate a esse dilema de muitos, essas frutas atuam indiretamente, ajudando na função intestinal eliminando o acúmulo de gordura. Cuide-se tudo em excesso é prejudicial à saude, coma, mas com moderação.
Enfº. Filipe Silva de Oliveira        

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Atadura e bandagem





BANDAGEM



1. INTRODUÇÃO

Bandagem é a aplicação de faixa de tecidos, gazes, crepom, elástica, que se adapta de modo confortável a uma região do corpo. Tem como finalidades: exercer pressão sobre uma parte do corpo; imobilizar uma região; fixar curativos, proteger feridas, manter estética no curativo; possibilidade de maior mobilidade (nutrição da cartilagem, evitar atrofia muscular, trabalho linfático e venoso); reabsorção de hematomas e edemas e melhora a propriocepção no caso do uso de bandagens no ombro método utilizado na fisioterapia.



2.DESENVOLVIMENTO


Os procedimentos que devem ser seguidos para a aplicação da bandagem são:

-Posicionar a parte do corpo a ser enfaixada em uma posição confortável de alinhamento anatômico normal. As faixas provocam imobilização executada em posição de funcionamento normal da parte do corpo envolvida reduz os riscos de deformações ou lesões.
-Evitar o atrito entre e contra as superfícies de pele aplicando gaze ou coxins de algodão. As superfícies de pele em contato (como por exemplo, entre os dedos, abaixo das mamas) podem roçar entre si provocando escoriações ou irritação local. Faixas colocadas sobre protuberâncias ósseas podem roçar contra a pele e provocar rupturas.
-Colocar as faixas firmemente para evitar que escorreguem durante a movimentação do paciente. A fricção entre a faixa e a pele pode provocar rupturas da pele.
-Ao enfaixar as extremidades, colocar a faixa firmemente, com igual tensão exercida sobre cada volta. Evitar o excesso de superposição de camadas de faixas. Este procedimento evita a distribuição desigual de pressão sobre a parte do corpo enfaixada. A pressão localizada provoca o comprometimento circulatório.
-Posicionar esparadrapo, nós ou laçadas longe de feridas ou de quaisquer áreas sensíveis da pele. Os esparadrapos e laços utilizados para fixar as faixas podem exercer pressão localizada e irritação.


Observações:

01. Deve-se explicar o que vai fazer ao paciente antes de se iniciar o procedimento.
02. Colocar-se de frente para o paciente.
03. Colocar a atadura sobre o segmento corporal, de modo que o rolo se abra para cima. Na primeira e segunda volta fazer a lacinia.
04. Aplicar no sentido do ponteiro de um relógio, salvo se a pessoa é canhota.
05. Segurar a extremidade com a mão esquerda, enquanto a direita leva o rolo.
06. Ao passar a atadura, as duas mãos devem tracionar o rolo uniformemente.
07. Desenrolar a atadura à medida que for atingindo a superfície corporal.
08. Correr com o rolo sempre da esquerda para a direita.
09. Todas as voltas deverão sempre percorrer o caminho mais curto; do contrário deslocam-se com facilidade.
10. A porção terminal da atadura não deverá ser aplicada em parte do corpo que se estreita porque se desajusta facilmente.
11. A largura da atadura deve ser de acordo com o diâmetro do membro ou parte do corpo a ser enfaixado.
12. Caso queira exercer compressão maior, as ataduras deverão ser acolchoadas.
13. Caso seja necessário um segundo rolo de atadura, coloca-se a sua extremidade inicial sob a extremidade terminal primeira.
14. Para se retirar a atadura caso ela esteja aderente, deve-se umedece-la com soro fisiológico aquecido. Devem ser removidas com luvas e colocadas em saco plástico. Ao retira-la deve-se ir gradativamente enrolando-a.



Tipos de enfaixamento:


CIRCULAR:



A volta da faixa superpõe completamente a volta anterior.
Finalidade: Prende uma faixa na primeira e na ultima volta, cobre uma parte do corpo de tamanho reduzido (por exemplo, dedo da mão ou do pé).



ESPIRAL:



A faixa vai subindo pela parte do corpo e cada volta vai se sobrepondo à volta anterior cobrindo a metade ou dois terços da faixa.
Finalidade: Cobre partes cilíndricas do corpo, tais como, cintura ou extremidades superiores.



ESPIRAL INVERSA:



A volta exige uma torção (inversa) da faixa na metade do caminho de cada rotação.
Finalidade: Cobre partes do corpo em forma de cone, tais como, o antebraço, coxa ou panturrilha; é útil com bandagens inelásticas, tais como, gaze ou flanela.



EM OITO:



Rotações da faixa em superposições oblíquas e alternadas, subindo e descendo sobre a parte enfaixada; cada volta cruza a anterior para formar a figura de um oito.
Finalidade: Cobre as articulações; o ajuste apertado de faixa fornece uma excelente imobilização.



RECORRENTE:



A faixa é primeiramente segura com duas voltas circulares ao redor da extremidade proximal da parte do corpo em questão; faz-se uma meia-volta perpendicular para cima a partir da ponta da faixa; o corpo da afixa é trazido sobre a extremidade distal da parte do corpo a ser coberta e cada volta é dobrada sobre si mesma.
Finalidade: Cobre partes irregulares do corpo, tais como, a cabeça ou um membro amputado.







Um trabalho realizado em uma reunião clínica de fisioterapia no Hospital Salgado Filho, em janeiro de 2002, o fisioterapeuta mostra com bastante objetividade a eficácia da bandagem de ombro no meio clínico. A bandagem de ombro tem como efeito, melhorar o feedback proprioceptivo e ajuda a melhorar o ritmo escápulo-umeral e a posição da articulação. Os procedimentos primários para o uso de bandagem são a limpeza do excesso de óleo da pele, aplicação de um adesivo hipoalérgico com gel sem tensão para então aplicar uma fita rígida, de óxido de zinco com tensão.

Neste trabalho o doutor mostra os vários métodos de bandagem no ombro e a sua função, como os que se seguem:

-Alça de Aliingham: utilizada nos casos de síndrome do manguito rotator (casos agudos e sub-agudos). Melhora a capacidade de contração do grupo longitudinal de fibras do trapézio e permite reparo apropriado do supraespinhoso por aumento do espaço subacromial.



-Alça de Watson: utilizada em pacientes com “ombros caídos”, melhora a propriocepção e feitos mecânicos.



-Bandagens de estabilização de escápula: inibição do trapézio superior utilizando grupo lateral de fibras musculares para reduzir o recrutamento.



Facilitação do serrátil anterior e rombóides.



Facilitação da retração escapular e depressão.



-Alça Acrômio-Clavicular: reabilitação de lesões de ligamentos ao redor da articulação acrômio clavicular.



-Alça de Rigney: possui um efeito mecânico, onde reduz a rotação externa disponível no ombro na abdução e um efeito proprioceptivo, melhora o feedback aferente para o sistema nervoso central. O córtex sensório motor passa a acreditar que a cápsula e os músculo estão em melhor comprimento do que na realidade = contração antagonista para limitar o problema de movimento, orientando apropriadamente a cabeça do úmero e reduzindo a abertura anterior.





3.CONCLUSÃO

A bandagem é uma modalidade amplamente utilizada e tem demonstrado grandes benefícios no meio clínico. Tem muitas funções como a de exercer pressão sobre uma parte do corpo; imobilizar uma região; fixar curativos, proteger feridas. São vários os tipos de bandagem, são especificas para cada caso, e várias são as técnicas que os profissionais de saúde devem saber para aplica-la. A bandagem e o retreinamento do movimento tem o adicional de fazer o paciente estar ciente do todo, que é alterar os fatores do caso da lesão e reduzir a probabilidade de recidivas. Este efeito e o alívio dos sintomas podem tornar a bandagem uma importante parte da reabilitação

Dr. Enfermeiro: Diabetes?

Dr. Enfermeiro: Diabetes?: Diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. [2] A gl...

Diabetes?


Diabetes mellitus 

é uma doença metabólica caracterizada por um aumento anormal do açúcarou glicose no sangue.[2] A glicose é a principal fonte de energia do organismo porém, quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde como por exemplo o excesso de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físicos-táticos em efetuar as tarefas desejadas. Quando não tratada adequadamente, podem ocorrem complicações como Ataque cardíacoderrame cerebralinsuficiência renalproblemas na visãoamputação do pé e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. [3]
Embora ainda não haja uma cura definitiva para a/o diabetes (a palavra tanto pode ser feminina como masculina), há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador.
Diabetes é uma doença bastante comum no mundo, especialmente na América do Norte e norte da Europa, acometendo cerca de 7,6% da população adulta entre 30 e 69 anos e 0,3% das gestantes. Alterações da tolerância à glicose são observadas em 12% dos indivíduos adultos e em 7% das grávidas. Porém estima-se que cerca de 50% dos portadores de diabetes desconhecem o diagnóstico.[4][5] Segundo uma projeção internacional, com o aumento do sedentarismo, obesidade e envelhecimento da população o número de pessoas com diabetes no mundo vai aumentar em mais de 50%, passando de 380 milhões em 2025.[6]


Neuropatia Diabética

O sistema nervoso é responsável pelo controle de praticamente tudo o que fazemos. Quando movimentamos os músculos, respiramos, pensamos ou digerimos a comida, os nervos são utilizados como circuitos elétricos orgânicos. São eles que emitem e recebem os sinais no cérebro, que comunicam às outras células as tarefas que devem ser realizadas.

Com a Neuropatia, os nervos podem ficar incapazes de emitir as mensagens, emití-las na hora errada ou muito lentamente. Os sintomas irão depender e variar conforme o tipo de complicação e quais os nervos afetados. De forma geral, podemos classificar os sintomas em sensitivos, motores e autonômicos. Exemplos:
  1. Sensitivos: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos. Dores locais e desequilíbrio;
  2. Motores: estado de fraqueza e atrofia muscular;
  3. Autonômicos: ocorrência de pele seca, traumatismo dos pêlos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.
Infelizmente, o diabetes é a principal causa de Neuropatia. Sua incidência é alta e possui diferentes formas clínicas, tais como:
  • Polineuropatia distal: uma das formas mais comuns de Neuropatia, que acomete preferencialmente os nervos mais longos, localizados nas pernas e nos pés, causando dores, formigamento ou queimação nas pernas. Tende a ser pior à noite (período onde prestamos mais atenção aos sintomas);
  • Neuropatia autonômica: causa principalmente hipotensão postural, como a queda da pressão arterial ao levantar-se (tonturas) e impotência sexual. Outros sintomas incluem sensação de estômago repleto após as refeições, distúrbios de transpiração e outros mais raros;
  • Neuropatia focal: esta é uma condição rara decorrente de danos a um único nervo ou grupo de nervos. Desenvolve-se quando o suprimento de sangue é interrompido devido ao entupimento do vaso que supre aquele nervo. Ou pode ser conseqüência de uma compressão do nervo.
Não é raro que as pessoas apresentem mais de um tipo de neuropatia. A presença desta complicação está muito relacionada ao tempo de duração do diabetes e ao grau de controle glicêmico. Por isso é bom lembrar, mais uma vez, a enorme importância de manter um bom controle da glicemia.

Tratamento
No caso das mononeuropatias podem ser empregadas medidas fisiátricas (fisioterapia) para evitar a compressão dos nervos ou realizar uma descompressão cirúrgica. O controle rigoroso da glicemia é essencial para prevenir o aparecimento ou a piora da neuropatia diabética.
No caso da polineuropatia distal nenhum medicamento, até o momento, é comprovadamente eficaz para a cura, havendo, no entanto, medicações que podem aliviar os sintomas (como a dor e o formigamento). Também é importante prevenir lesões nos pés ou quedas.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.



UMA VIAGEM VASCULAR - COLESTEROL - HDL - LDL - ATEROSCLEROSE


Arteriosclerose
 é um processo degenerativo do qual resulta o endurecimento e espessamento da parede das artérias. Pela diminuição daelasticidade arterial, costuma provocar aumento da pressão arterial sistólica e diminuição da pressão arterial diastólica. É quase universal navelhice e predominantemente no sexo masculino, já que as mulheres desviam suas gorduras sangüíneas para a produção de estrogênio. Ele é a principal causa de morte no mundo ocidental
Não é sinônimo de aterosclerose, embora esta seja uma das maneiras pelas quais endurece a parede arterial.
Há três padrões da doença: a arteriolosclerose, esclerose calcificante da túnica média (doença de Mönkberg) e a aterosclerose.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tecido muscular



SISTEMA MUSCULAR
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetativo.
Estriado esquelético
Miócitos longos, multinucleados (núcleos periféricos).
Miofilamentos organizam-se em estrias longitudinais e transversais.


Estriado cardíaco

Contração rápida e voluntária



Miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais.
Células alongadas, irregularmente ramificadas, que se unem por estruturas especiais: discos intercalares
Contração involuntária, vigorosa e rítmica.

Liso

Miócitos alongados, mononucleados e sem estrias transversais. 
Contração involuntária e lenta.

























































Musculatura Esquelética
sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente decarne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras.  Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosinadispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio. 
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominadalinha Z, que corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.
1- Bandas escuras (anisotrópicas – banda A).
2- Faixas claras (isotrópicas – banda I, com linha Z central).
3- Núcleos periféricos.
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c  sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.
 A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.
A química da contração muscular
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo sarcoplasmático, o que faz cessar a contração.
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina(principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível.
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos:
1.  O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para o citoplasma.
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato:
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tecido ósseo


TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO
O TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
  • Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea.
  • Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
  • Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.
  • Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas é denominadosistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Tecido ósseo compacto
 
 
Tecido ósseo esponjoso

Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares.
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue).
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero transforma-se em amarela.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As unhas


As unhas e suas alterações

As unhas são afetadas por doenças dermatológicas e sistêmicas. Podem sofrer influências de agentes externos, auto-induzidas ou doenças específicas. O exame das unhas fornece informações valiosas que retratam tanto doenças dermatológicas quanto sistêmicas.
Entre as doenças dermatológicas são freqüentes as micoses das unhas, a inflamação ao redor da unha e a unha encravada ou, nos termos médicos, onicomicose, paroníquia e onicocriptose. (figs. 1, 2 e 3).
As onicomicoses são provocadas por fungos de três classes diferentes, daí a necessidade de diagnosticar o agente causador através da realização de exame micológico para direcionar corretamente o tratamento. É comum vermos casos de pessoas tratando uma micose da unha usando o tratamento para outro agente causador que a medicação em uso não funciona.
A inflamação ao redor das unhas é freqüentemente causada pela ausência da cutícula, que permite a entrada de agentes como fungo e bactéria, causando inflamação local, aumento do volume e conseqüente alteração na forma da unha. Já a grande causa da onicocriptose é o corte inadequado das unhas, além de uso de sapatos apertados e trauma local. O tratamento é conservador, sendo muitas vezes necessário recorrer ao tratamento cirúrgico.
Dentre as doenças sistêmicas é comum observar unhas frágeis, quebradiças que fendem com facilidade, com rugas rasas e que têm o crescimento lento em pacientes com hipotiroidismo, pelo mesmo mecanismo que faz com que a pele e o cabelo destes pacientes se tornem ressecados, que é a falta de hidratação na unha (fig 4).
Outras doenças se manifestam na unha como, por exemplo, na insuficiência renal, onde as unhas ficam de cor metade branca e metade vermelha, chamada “unhas urêmicas meio a meio”. No caso de doenças respiratórias, elas podem modificar a forma da unha, que se torna arredondada, chamada de unhas “em vidro de relógio”.
Merecem atenção as diversas alterações da cor, pois manchas amarronzadas na unha podem indicar condições benignas como micose, mas também condição maligna como melanoma do aparelho ungueal (Fig.5) – um tipo de câncer agressivo e com grande facilidade de disseminação para outros órgãos. Quanto mais rápido fizermos o diagnóstico, mais chances se tem de evitar que o tratamento agressivo seja necessário. Os exames que auxiliam no diagnóstico desta doença são a dermatoscopia e a histopatologia obtida através de biópsia. Confirmado o diagnóstico, deve-se também fazer a pesquisa de linfonodos para saber se as células malignas já se disseminaram.
Fotos 1,2,3
Figura 4,5

Onicofagia


    Roer unhas (também conhecido pelo seu termo técnico onicofagia ou roeção de unha) é o hábito de morder as unhas dos dedos das mãos ou pés durante períodos de nervosismo, ansiedade, stress, fome ou tédio. Também pode ser um sinal de desordens mentais ou emocionais. As crianças começam a roer as unhas por volta dos quatro ou cinco anos de idade. O termo onicofagia crônica é utilizado clinicamente.




Efeitos colaterais negativos


Roer unhas pode resultar num transporte de germes que vivem embaixo da superfície da unha até a boca. De fato, as ferramentas usadas por manicures potencialmente afetam o humano de modo similar. Se essas ferramentas forem utilizadas em pessoas diferentes, elas podem espalhar fungos, bactérias ou vírus. Como muitos patógenos têm a habilidade de viver dentro da unha, o hábito de roer unhas pode potencializar as chances de danos à saúde.
Um roedor de unhas compulsivo pode roer não só a unha, mas também a pele ao seu redor e acutícula, possivelmente rompendo a pele. Uma pele rompida é suscetível a infecções oportunistas de micróbios e vírus. Esses patógenospodem se espalhar entre os dedos pela boca.
Roer unhas também pode ser negativo por restringir o uso das mãos. Um roedor de unhas compulsivo pode ter sua habilidade para trabalhar restringida (por exemplo, escrever, digitar, desenhar, tocar instrumentos de corda, dirigir) por causa dos estragos feitos às unhas ou à pele em volta.
Um longo hábito de roer unhas pode ocasionar desgaste do esmalte dos dentes incisivos, podendo gerar cáries nessas áreas.

Medicação

Algumas medicações têm se mostrado eficazes para a roeção de unhas. As medicações utilizadas para tratar o problema incluem potentes anti-depressivos [carece de fontes]. Estas medicações são também utilizadas para tratar tricotilomania e includem: clomipraminafluoxetina,sertralinaparoxetinafluvoxaminacitalopramescitalopramnefazodona e venlafaxina. Pequenas doses de medicamentos anti-psicóticos são utilizados no tratamento da esquizofrenia como: risperidonaolazapinaquetiapinaziprasidona, e aripiprazola podem ser utilizada em conjunto com os anti-derpressívos. É importante salientar que o uso de anti-psicóticos para tratar a onicofagia não quer dizer que o paciente sofra de psicose.
Uma outra opção é o uso da vitamina B (inositol[carece de fontes]. Ela reduz a vontade de roer unha ao aumentar a atividade de serotonina no cérebro [carece de fontes]. A serotonina pode estar relacionada à desordens do sistema nervoso.

Terapia comportamental

Alguns pacientes acharam a terapia comportamental ser benéfica por si própria ou como um complemento à medicação. A primeira terapia consiste no Treinamento de Reversão de Hábito (TRH), um processo de quatro partes que busca "desacostumar" a pessoa do hábito e possivelmente substituí-lo por outro hábito mais construtivo. Além do TRH, a terapia de Controle de Estímulo é usada tanto para identificar quanto para eliminar os estímulos que freqüentemente geram a vontade de roer unhas.
Uma combinação de medicação e terapia tem obtido melhores respostas para os sintomas.